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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O professor e o canoeiro


Certa vez um professor foi visitar um amigo na roça. Para chegar à fazenda dele, era preciso atravessar um rio, mas a ponte tinha sido carregada pela chuva. E agora? Felizmente um barqueiro estava ali perto. Pediu para atravessá-lo para o outro lado, e ele prontamente encostou a barca. Era o Zé pescador. O professor se apresentou e a travessia começou. Enquanto o barqueiro remava, o professor ia perguntando, se havia escola no seu bairro, se ele sabia ler escrever. Ele respondeu que não sabia ler nem escrever. O professor disse:

- Chi! Não sabe ler nem escrever? Já perdeu um pedaço da sua vida.

Após pequena pausa perguntou se sabia Geografia, p.ex., as capitais do Brasil. Meio envergonhado respondeu:

- Nada disso eu sei, professor. Só sei remar e pescar pra sustentar a família.

- Então perdeu mais um pedaço da vida. Lá se foi metade da sua vida.

O Zé pescador não teve tempo de dizer "quá", porque a canoa bateu num tronco de árvore e virou. Que susto! Que tragédia! Os dois foram para o fundo do rio. O canoeiro, que sabia nadar, voltou à tona e agarrou-se na barca. Mas o professor continuava bebendo água. Desta vez foi o canoeiro que gritou para o professor: Sabe nadar, professor? O homem, com a boca cheia d'água, não conseguia responder. O caipira arrematou:

- Então você perdeu não só a metade, mas a vida inteira.

Para refletir: É bom saber leitura, matemática, geografia e todas as ciências do mundo. Mas, faltando Deus, nada disso adianta.

Palavra de Deus: Que vantagem será para o homem, ganhar o mundo todo, perder a sua alma? O que dará em troca da sua vida? (Mc 8,36-37).



segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A Rocha

O aluno perguntou ao Mestre: 

- Como faço para me tornar o maior dos guerreiros? 

- Vá atrás daquela colina e insulte a rocha que se encontra no meio da planície. 

- Mas para que, se ela não vai me responder? 

- Então golpeie-a com a tua espada - disse o Mestre

- Mas minha espada se quebrará! 

- Então agrida-a com tuas próprias mãos. 

- Assim eu vou machucar minhas mãos. E também não foi isso que eu perguntei. O que eu queria saber era como que eu faço para me tornar o maior dos guerreiros. 

- O maior dos guerreiros é aquele que é como a rocha, não liga para insultos nem provocações, mas está sempre pronto para desvencilhar qualquer ataque do inimigo - concluiu o Mestre.

domingo, 20 de setembro de 2015

Atenção Plena

Depois de três anos de estudo, o noviço chega à morada do mestre.

Ele entra no cômodo, a cabeça fervilhando de ideias sobre questões complicadas da metafísica budista, preparado para a perguntas que o aguardam no exame.

- Só tenho uma pergunta - diz o mestre com voz grave.

- Estou pronto, mestre - ele responde.

- No caminho de entrada, as flores estavam à esquerda ou à direita do guarda-sol?

O noviço se retira, desconcertado, para mais três anos de estudo.

(autor desconhecido)

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O sonho do Rei!

Um Rei sonhou que tinha perdido todos os dentes.
Acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.
Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio.
Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!
Mas que insolente, gritou o Rei.
Como se atreve a dizer tal coisa!
E ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas.
Mandou também que chamassem outro sábio,
para interpretar o mesmo sonho.
E o outro sábio disse:
Senhor, uma grande felicidade vos está reservada!!!
O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!
A fisionomia do Rei iluminou-se e ele mandou dar cem moedas ao sábio.
Quando este saía do palácio um cortesão perguntou:
Como é possível?
A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega.
No entanto ele levou chicotadas e você moedas de ouro!
Lembre-se sempre, amigo - respondeu o sábio -
tudo depende da maneira de dizer as coisas.
E esse é um dos grandes desafios da humanidade.
É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra.
A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida,
mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença.
A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa.
Se a lançarmos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta.
Mas se a envolvemos numa delicada embalagem
e a oferecermos com ternura, certamente será aceite com facilidade.

(autor desconhecido)

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O Garoto e seus Pregos...

Uma vez havia um garoto que tinha um temperamento muito ruim. O pai desse garoto lhe deu um saco com pregos e lhe disse que toda vez que ele perdesse sua paciência, ele deveria martelar este prego atrás da cerca.

No primeiro dia o garoto enfiou 37 pregos na cerca. Em algumas semanas, de acordo que ele ia aprendendo a controlar seu temperamento, o numero de pregos martelados por dia reduziu gradativamente. 

Ele descobriu que era mais fácil controlar seu temperamento do que martelar todos aqueles pregos na cerca...

Finalmente chegou o dia em que o garoto não perdeu seu temperamento.

Então ele chegou e disse aquilo ao seu pai, este sugeriu que ele retirasse um prego por cada dia que ele conseguisse controlar seu temperamento.

Finalmente chegou o dia em que o garoto havia retirado todos os pregos da cerca. Então seu pai segurou sua mão e levou-o ate a cerca. Seu pai disse, "Você foi muito bem meu filho, mas olhe os buracos na cerca.  

A cerca jamais será a mesma. Quando você diz coisas com raiva, estas coisas deixam cicatrizes exatamente como estas. Você pode enfiar uma faca em um homem e retirar. Não vai importar quantas vezes você peça desculpa, o buraco vai estar lá do mesmo jeito. 

Um ferimento verbal e tão ruim quanto um físico.


Amigos são joias muitíssimo raras. Eles fazem você sorrir e lhe dão apoio para que você tenha sucesso. “Eles emprestam um ouvido, eles lhe elogiam e tem o coração sempre aberto para você.”

(autor desconhecido)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

PORTEIRO DO PUTEIRO

Uma história verídica, que traz lição para todos!

Não havia no povoado pior emprego do que ‘porteiro da zona’.

Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?

O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.

Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever.
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já que…
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
- Façamos um trato – disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: ‘não disponho de tempo para viajar para fazer compras’.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que já havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc …
E após foram os pregos e os parafusos…
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e disse:
- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma: – Se eu soubesse ler e escrever… ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO.
Então diga seu nome para que possamos escrever ao menos na ata. Meu nome é Valentin Tramontina, respondeu ele.
Essa história é verídica, e refere-se ao grande industrial Valentin Tramontina, fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é Carlos Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul.

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.

As adversidades podem ser bênçãos.

As crises estão cheias de oportunidades.

Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.

Lembre-se da sabedoria da água: ‘A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna’.


Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

O vendedor de cachorro quente!

Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região.

Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.

As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses.

O negócio prosperava… Os seus cachorros-quentes eram os melhores!

Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O miúdo cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.

Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com o pai:

– Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!

Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e internet, e acha isto, então só pode ter razão!

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior). Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores). Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada. Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.

Tomadas essas ‘providências’, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis.

O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos… faliu.

O pai, triste, disse ao filho: – Estava certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise.
E comentou com os amigos, orgulhoso:

– Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise…

Esta história em muito se assemelha ao momento atual que vivemos, onde somos diariamente inundados com notícias do atual estado de uma parte do mundo, menos bom. Estas informações repetidas diariamente na nossa mente começam a tomar forma.

Não quero com isto dizer que se ignorarmos as noticias, os problemas desaparecem, mas se começares a ficar focado no problema e tiveres uma postura de derrotado, vais certamente encontrar o fracasso, tal como este vendedor de cachorros desta metáfora; mas se te focares na solução, e encarares o problema, podes ter uma fonte de inspiração, como se de um desafio se tratasse, encontrando a solução e o merecido sucesso, contornando o atual panorama.


quarta-feira, 1 de julho de 2015

15 Minutos de Poder

Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma escola de anjos. Conta-se que naquele tempo, antes de se tornarem anjos de verdade, os aprendizes de anjos passavam por um estágio. Durante um certo período, eles saíam em duplas para fazer o bem e no final de cada dia, apresentavam ao anjo mestre um relatório das boas ações praticadas.

Aconteceu então, um dia, que dois anjos estagiários, depois de vagarem exaustivamente por todos os cantos, regressavam frustrados por não terem podido praticar nenhum tipo de salvamento sequer.

Parece que naquele dia, o mal estava de folga. Enquanto voltavam tristes, os dois se depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha. Neste momento, um deles, dando um grito de alegria, disse para o outro: - Tive uma ideia. Que tal darmos o poder a estes dois lavradores por quinze minutos para ver o que eles fariam? O outro respondeu: - Você ficou maluco? O anjo mestre não vai gostar nada disto! Mas o primeiro retrucou: - Que nada, acho que ele até vai gostar! vamos fazer isto e depois contaremos para ele...

E assim o fizeram. Tocaram suas mãos invisíveis na cabeça dos dois e se puseram a observá-los. Poucos passos adiante, eles se separaram e seguiram por caminhos diferentes. Um deles, após alguns passos depois de terem se separado, viu um bando de pássaros voando em direção à sua lavoura, e passando a mão na testa suada, disse: - Por favor meus passarinhos, não comam toda a minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o meu sustento.

Naquele momento, ele viu espantado a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em questão de segundos. Assustado, ele esfregou os olhos e pensou: devo estar cansado... e acelerou o passo. Aconteceu que logo adiante ele caiu, ao tropeçar em um pequeno porco que havia fugido do chiqueiro. Mais uma vez, esfregando a testa ele disse: - Você fugiu de novo meu porquinho! Mas, a culpa é minha, eu ainda vou construir um chiqueiro decente para você. Mais uma vez espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo e acolhedor, com água corrente e o porquinho já instalado no seu compartimento.

Esfregou novamente os olhos e apressando ainda mais o passo disse mentalmente: "estou muito cansado!" Neste momento ele chegou em casa e, ao abrir porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua cabeça. Ele então tirou o chapéu, e esfregando a cabeça disse: - De novo, e o pior é que eu não aprendo. Também, não tem me sobrado tempo. Mas ainda hei de ter dinheiro para construir uma grande casa e dar um pouco mais de conforto para minha mulher. Naquele exato momento aconteceu o milagre. Aquela humilde casinha foi se transformando numa verdadeira mansão diante dos seus olhos...

Assustadíssimo, e sem nada entender, convicto de que era tudo decorrente do cansaço, ele se jogou numa enorme poltrona que estava na sua frente e, em segundos, estava dormindo profundamente.

Não houve tempo sequer para que ele tivesse algum sonho. Minutos depois, ele ouviu alguém pedir socorro: - Compadre! Me ajude! Eu estou perdido! Ainda atordoado, sem entender muito o que estava acontecendo, ele se levantou correndo. Tinha na mente, imagens muito fortes de algo que ele não entendia bem, mas parecia um sonho.

Quando ele chegou à porta, encontrou o amigo em prantos. Ele se lembrava que poucos minutos antes eles se despediram no caminho e estava tudo bem. Então, perguntando o que havia se passado, ele ouviu a seguinte estória: - Compadre, nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa. Acontece que poucos passos adiante, eu vi um bando de pássaros voando em direção à minha lavoura. Este fato me deixou revoltado e eu gritei: "Vocês de novo, atacando a minha lavoura, tomara que seque tudo e vocês morram de fome!" Naquele exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem diante dos meus olhos!

Pensei comigo, devo estar cansado, e apressei o passo. Andei um pouco mais e cai, depois de tropeçar no meu porco que havia fugido do chiqueiro. Fiquei muito bravo e gritei mais uma vez: "Você fugiu de novo? Por que não morre logo e pára de me dar trabalho?" Compadre, não é que o porco morreu ali mesmo, na minha frente!

Acreditando estar vendo coisas, andei mais depressa, e ao entrar em casa, me caiu na cabeça a tranca da porta. Naquele momento, como eu já estava mesmo era com raiva, gritei novamente: "Esta casa... Caindo aos pedaços, por que não pega fogo logo e acaba com isto?"... Para minha surpresa, compadre, naquele exato momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude fazer! ...

Mas ... Compadre, o que aconteceu com a sua casa?... De onde veio esta mansão? Depois de tudo observarem, os dois anjos foram, muito assustados, contar para o anjo mestre o que havia se passado. Estavam muito apreensivos quanto ao tipo de reação que o anjo mestre teria... Mas tiveram uma grande surpresa!

O anjo mestre ouviu com muita atenção o relato, parabenizou os dois pela ideia brilhante que haviam tido, e resolveu decretar que a partir daquele momento, todo ser humano teria 15 minutos de poder ao longo da vida. Só que, ninguém jamais saberia quando estes 15 minutos de poder estariam acontecendo. Será que os próximos 15 minutos serão os seus? Muito cuidado com tudo o que você diz, como age e aquilo que pensa! Sua mente trabalhará para que tudo aconteça, seja bom ou ruim.
(desconheço autoria)



sexta-feira, 29 de maio de 2015

Três Conselhos

Um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia, o marido fez a seguinte proposta à esposa:
— Querida, vou sair de casa e viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até que tenha condições de voltar e dar-lhe uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo ficarei distante de casa. Só lhe peço uma coisa: Espere-me! Enquanto estiver fora, seja-me fiel, que o serei a você.
Assim sendo, o jovem partiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda. Ofereceu-se para trabalhar e foi aceito, mas não sem antes propor o seguinte pacto ao seu empregador:
— Patrão, peço-lhe só uma coisa: Deixe-me trabalhar pelo tempo que quiser e, quando achar que devo ir embora, dispensa-me das minhas obrigações. Não quero receber meu salário. Só lhe peço que o coloque na poupança até o dia em que for embora. Quando sair, recebo meu dinheiro e sigo meu caminho.
Tudo combinado, o jovem trabalhou por vinte anos, sem férias nem descanso. Após esse tempo, chegou para o patrão e cobrou-lhe o contrato feito há vinte anos:
— Quero meu dinheiro, pois estou voltando para minha casa.
O patrão, então, disse-lhe:
— Tudo bem, fizemos um acordo e vou cumpri-lo, só que, antes, quero fazer-lhe uma proposta: pode escolher entre receber todo o seu dinheiro ou aceitar três conselhos meus e ir embora. Vá para seu quarto, pense durante a noite e depois me responda.
O rapaz pensou durante dois dias. Procurou o patrão e disse-lhe:
— Quero os três conselhos.
O patrão, então, falou-lhe:
— Primeiro: Nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar sua vida.
— Segundo: Não seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade poderá ser-lhe mortal.
— Terceiro: Jamais tome decisões em momentos de ódio e de dor. Poderá arrepender-se e ser tarde demais.
Após dar-lhe os três conselhos, o patrão disse-lhe:
— Rapaz, aqui tem três pães, dois para comer durante a viagem e o terceiro para comer com sua esposa, quando chegar a casa.
Assim, o rapaz partiu, deixando a fazenda, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que tanto amava. Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante, que lhe perguntou:
— Para onde vai?
Respondeu-lhe:
— Para um lugar muito distante, que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.
O viajante aconselhou-o:
— Este caminho é muito longo, conheço um atalho que vai encurtar bastante sua viagem.
O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho do seu patrão. Então, voltou e seguiu seu caminho. Dias depois, soube que aquilo era uma emboscada.
Após alguns dias de viagem, achou uma pensão na beira da estrada, onde se hospedou. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se, rapidamente, sem saber de onde vinham os gritos e do que se tratava. Recordou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.
Ao amanhecer, o dono da hospedagem perguntou-lhe se não havia ouvido um grito e ele disse-lhe que sim.
O hospedeiro questionou-lhe:
— Não ficou curioso?
— Não!
O hospedeiro falou-lhe:
— É o único que vai sair vivo daqui, pois sou louco e grito durante a noite. Quando o hóspede sai, eu o mato.
E mostrou-lhe vários cadáveres.
O rapaz seguiu sua longa caminhada, ansioso por chegar a sua casa.
Depois de muitos dias e muitas noites de caminhada, já ao entardecer, viu, entre as árvores, a fumaça saindo da chaminé de sua casinha. Andou um pouco mais e logo notou, entre os arbustos, a silhueta da sua esposa. O dia estava escurecendo, mas viu que sua mulher não estava só. Andou mais um pouco e percebeu que havia um homem entre suas pernas, a quem estava acariciando os cabelos.
Ao presenciar aquela cena, seu coração derreteu-se de ódio e amargura e decidiu ir ao encontro dos dois para matá-los sem piedade. Respirou fundo e apressou os passos. Lembrou-se, então, do terceiro conselho. Parou, refletiu e resolveu dormir aquela noite ali mesmo.
No dia seguinte, tomaria uma decisão. Ao amanhecer, já com a cabeça fria, pensou:
— Não vou matar minha esposa e nem seu amante. Voltarei para meu patrão e lhe pedirei que me aceite de volta. Antes, quero dizer à minha mulher que fui fiel a ela.
Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando sua esposa apareceu, reconheceu o marido, atirou-se no seu pescoço e abraçou-o afetuosamente. Tentou afastá-la, mas não conseguiu. Com lágrimas nos olhos, disse-lhe:
— Fui-lhe fiel e você me traiu!
Ela, espantada, respondeu-lhe:
— Como?! Não o traí muito pelo contrário. Esperei-o durante esses vinte anos!
Ele perguntou-lhe:
— E aquele homem a quem estava acariciando?
Ela disse-lhe:
— É nosso filho! Quando foi embora, descobri que estava grávida e, hoje, ele está com vinte anos de idade.
Então ele entrou, conheceu seu filho, abraçou-o e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava-lhes o café. Sentaram-se para tomá-lo e comeram o último pão. Após a oração de agradecimento e lágrimas de emoção, ele abriu o pão. Ao parti-lo, ali estava todo o seu dinheiro!

(desconheço autoria)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A VERDADE

Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

- Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!

- Mas que insolente, gritou o sultão. Como se atreve a dizer tal coisa?!

E ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio, para interpretar o mesmo sonho. E o outro sábio disse:

- Senhor, uma grande felicidade vos está reservada!!! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!

A fisionomia do sultão se iluminou-se e ele mandou dar cem moedas ao sábio.

Quando este saía do palácio um cortesão perguntou:
- Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega.

No entanto ele levou chicotadas e você moedas de ouro! Lembra-se sempre, amigo - respondeu o sábio- tudo depende da maneira de dizer as coisas. E esse é um dos grandes desafios da humanidade.

É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra. A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença.

A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém, pode ferir, provocando revolta. as se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com facilidade.

(autor desconhecido)

terça-feira, 19 de maio de 2015

A MULHER QUE NÃO ESTUDOU SHAKESPEARE


Enquanto preparava o chá, o Monge contou a seguinte história:

Certa vez, na pequena vila em que morava, na Índia, havia uma mulher que vendia ervas medicinais na rua. Em função de um estranho hábito, ela se tornou conhecida como a mulher chorona. Não importava se chovia ou se fazia sol, a pobre senhora sempre estava chorando.

Um dia, um velho curandeiro que habitava a vila passou por ela, e curioso, perguntou:

- Sempre que passo por aqui, mesmo que seja um belo dia de sol, ou um dia de chuva, vejo a senhora chorando. Qual é o problema?

- Tenho dois filhos, - ela respondeu - Um fabrica sandálias e o outro fabrica guarda-chuvas. Quando faz sol, lembro que ninguém comprará os guarda-chuvas de meu filho, e tenho medo que ele e a família passarão necessidades. Quando chove, penso no meu filho que faz sandálias, e lembro que ninguém comprará nada dele, porque não podem ser usadas na chuva. Então, choro porque tenho medo que ele passará dificuldade para sustentar sua família.

O velho curandeiro sorriu e disse: - Estranho... A senhora deveria ver as coisas corretamente. Veja: nos dias ensolarados, seu filho que faz sandálias venderá muito, e isso é muito bom! Nos dias chuvosos, seu filho que faz guarda-chuvas venderá muito, e isso também é muito bom!

A mulher franziu a testa, como se tivesse visto algo estranho, sorriu surpresa e acenando para o curandeiro, exclamou:
- O senhor tem razão! Nunca havia pensado nisso.
Desde então, todos os dias, a mulher é vista sorrindo feliz por saber que um de seus filhos sempre estará sendo beneficiado pela circunstância"

O Monge não falou mais nada. Apenas serviu-me o chá.

Quando o Monge finalizou, fiquei pensando sobre uma frase atribuída a Shakespeare, que diz que "não há nada bom ou nada mau, mas o pensamento o faz assim". De certa forma, penso que isso é verdade. E também penso que é verdade o que filósofo irlandês Edmund Burke disse, "que para o mal triunfar só é preciso que os bons não façam nada". O mesmo vale para nosso pensamento. Ou seja, para o triunfo do pensamento negativo, basta ignorarmos as coisas positivas.

- A questão final, então, é assumir o controle sobre nossos pensamentos, estimulando aqueles que produzem emoções positivas, eu disse.