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sábado, 23 de julho de 2011

Uma lenda francesa

"Era uma vez uma viúva que tinha um filho chamado Pedro. O menino era forte e são, mas não gostava de ir à escola e passava o tempo todo sonhando acordado.
- Pedro, com o que você está sonhando a uma hora destas? - perguntava-lhe a professora.
- Estava pensando no que serei quando crescer - respondia ele.
- Seja paciente. Há muito tempo para pensar nisso. Depois de crescido, nem tudo é divertimento, sabe? - dizia ela.
Mas Pedro tinha dificuldades para apreciar qualquer coisa que estivesse fazendo no momento, e ansiava sempre pela próxima. No inverno, ansiava pelo retorno do verão; e no verão, sonhava com passeios de esqui e trenó, e com as fogueiras acesas durante o inverno. Na escola, ansiava pelo fim do dia, quando poderia voltar para casa; e nas noites de domingo, suspirava dizendo: "Se as férias chegassem logo!" O que mais o entretinha era brincar com a amiga Lise. Era companheira tão boa quanto qualquer menino, e a ansiedade de Pedro não a afetava, ela não se ofendia. "Quando crescer, vou casar-me com ela", dizia Pedro consigo mesmo.
Costumava perder-se em caminhadas pela floresta, sonhando com o futuro. Ás vezes, deitava-se ao sol sobre o chão macio, com as mãos postas sob a cabeça, e ficava olhando o céu através das copas altas das árvores. Uma tarde quente, quando estava quase caindo no sono, ouviu alguém chamando por ele. Abriu os olhos e sentou-se. Viu uma mulher idosa em pé à sua frente. Ela trazia na mão uma bola prateada, da qual pendia uma linha de seda dourada.
- Olhe o que tenho aqui, Pedro - disse ela, oferecendo-lhe o objeto.
- O que é isso? - perguntou, curioso, tocando a fina linha dourada.
- É a linha da sua vida - retrucou a mulher. - Não toque nela e o tempo passará normalmente. Mas se desejar que o tempo ande mais rápido, basta dar um leve puxão na linha e uma hora passará como se fosse um segundo. Mas devo avisá-lo: uma vez que a linha tenha sido puxada, não poderá ser colocada de volta dentro da bola. Ela desaparecerá como uma nuvem de fumaça. A bola é sua. Mas se aceitar meu presente, não conte para ninguém; senão, morrerá no mesmo dia. Agora diga, quer ficar com ela?
Pedro tomou-lhe das mãos o presente, satisfeito. Era exatamente o que queria. Examinou-a. Era leve e sólida, feita de uma peça só. Havia apenas um furo de onde saía a linha brilhante. O menino colocou-a no bolso e foi correndo para casa. Lá chegando, depois de certificar-se da ausência da mãe, examinou-a outra vez. A linha parecia sair lentamente de dentro da bola, tão devagar que era difícil perceber o movimento a olho nu. Sentiu vontade de dar-lhe um rápido puxão, mas não teve coragem. Ainda não.
No dia seguinte na escola, Pedro imaginava o que fazer com sua linha mágica. A professora o repreendeu por não se concentrar nos deveres. "Se ao menos", pensou ele, "fosse a hora de ir para casa!" Tateou a bola prateada no bolso. Se desse apenas um pequeno puxão, logo o dia chegaria ao fim. Cuidadosamente, pegou a linha e puxou. De repente, a professora mandou que todos arrumassem suas coisas e fossem embora, organizadamente. Pedro ficou maravilhado. Correu sem parar até chegar em casa. Como a vida seria fácil agora! Todos seus problemas haviam terminado. Dali em diante, passou a puxar a linha, só um pouco, todos os dias.
Entretanto, logo apercebeu-se que era tolice puxar a linha apenas um pouco todos os dias. Se desse um puxão mais forte, o período escolar estaria concluído de uma vez. Ora, poderia aprender uma profissão e casar-se com Lise. Naquela noite, então, deu um forte puxão na linha, e acordou na manhã seguinte como aprendiz de um carpinteiro da cidade. Pedro adorou sua nova vida, subindo em telhados e andaimes, erguendo e colocando a marteladas enormes vigas que ainda exalavam o perfume da floresta. Mas às vezes, quando o dia do pagamento demorava a chegar, dava um pequeno puxão na linha e logo a semana terminava, já era a noite de sexta-feira e ele tinha dinheiro no bolso.
Lise também mudara-se para a cidade e morava com a tia, que lhe ensinava os afazeres do lar. Pedro começou a ficar impaciente acerca do dia em que se casariam. Era difícil viver tão perto e tão longe dela, ao mesmo tempo. Perguntou-lhe, então, quando poderiam se casar.
- No próximo ano - disse ela. - Eu já terei aprendido a ser uma boa esposa.
Pedro tocou com os dedos a bola prateada no bolso.
- Ora, o tempo vai passar bem rápido - disse, com muita certeza.
Naquela noite, não conseguiu dormir. Passou o tempo todo agitado, virando de um lado para outro na cama. Tirou a bola mágica que estava debaixo do travesseiro. Hesitou um instante; logo a impaciência o dominou, e ele puxou a linha dourada. Pela manhã, descobriu que o ano já havia passado e que Lise concordara afinal com o casamento. Pedro sentiu-se realmente feliz.
Mas antes que o casamento pudesse realizar-se, recebeu uma carta com aspecto de documento oficial. Abriu-a, trêmulo, e leu a noticia de que deveria apresentar-se ao quartel do exército na semana seguinte para servir por dois anos. Mostrou-a, desesperado, para Lise.
- Ora - disse ela -, não há o que temer, basta-nos esperar. Mas o tempo passará rápido, você vai ver. Há tanto o que preparar para nossa vida a dois!
Pedro sorriu com galhardia, mas sabia que dois anos durariam uma eternidade para passar.
Quando já se acostumara à vida no quartel, entretanto, começou a achar que não era tão ruim assim. Gostava de estar com os outros rapazes, e as tarefas não eram tão árduas a princípio. Lembrou-se da mulher aconselhando-o a usar a linha mágica com sabedoria e evitou usá-la por algum tempo. Mas logo tornou a sentir-se irrequieto. A vida no exército o entediava com tarefas de rotina e rígida disciplina. Começou a puxar a linha para acelerar o andamento da semana a fim de que chegasse logo o domingo, ou o dia da sua folga. E assim se passaram os dois anos, como se fosse um sonho.
Terminado o serviço militar, Pedro decidiu não mais puxar a linha, exceto por uma necessidade absoluta. Afinal, era a melhor época da sua vida, conforme todos lhe diziam. Não queria que acabasse tão rápido assim. Mas ele deu um ou dois pequenos puxões na linha, só para antecipar um pouco o dia do casamento. Tinha muita vontade de contar para Lise seu segredo; mas sabia que se contasse, morreria.
No dia do casamento, todos estavam felizes, inclusive Pedro. Ele mal podia esperar para mostrar-lhe a casa que construíra para ela. Durante a festa, lançou um rápido olhar para a mãe. Percebeu, pela primeira vez, que o cabelo dela estava ficando grisalho. Envelhecera rapidamente. Pedro sentiu uma pontada de culpa por ter puxado a linha com tanta freqüência. Dali em diante, seria muito mais parcimonioso com seu uso, e sé a puxaria se fosse estritamente necessário.
Alguns meses mais tarde, Lise anunciou que estava esperando um filho. Pedro ficou entusiasmadíssimo, e mal podia esperar. Quando o bebê nasceu, ele achou que não iria querer mais nada na vida. Mas sempre que o bebê adoecia ou passava uma noite em claro chorando, ele puxava a linha um pouquinho para que o bebê tornasse a ficar saudável e alegre.
Os tempos andavam difíceis. Os negócios iam mal e chegara ao poder um governo que mantinha o povo sob forte arrocho e pesados impostos, e não tolerava oposição. Quem quer que fosse tido como agitador era preso sem julgamento, e um simples boato bastava para se condenar um homem. Pedro sempre fora conhecido por dizer o que pensava, e logo foi preso e jogado numa cadeia. Por sorte, trazia a bola mágica consigo e deu um forte puxão na linha. As paredes da prisão se dissolveram diante dos seus olhos e os inimigos foram arremessados à distância numa enorme explosão. Era a guerra que se insinuava, mas que logo acabou, como uma tempestade de verão, deixando o rastro de uma paz exaurida. Pedro viu-se de volta ao lar com a família. Mas era agora um homem de meia-idade.
Durante algum tempo, a vida correu sem percalços, e Pedro sentia-se relativamente satisfeito. Um dia, olhou para a bola mágica e surpreendeu-se ao ver que a linha passara da cor dourada para a prateada. Foi olhar-se no espelho. Seu cabelo começava a ficar grisalho e seu rosto apresentava rugas onde nem se podia imaginá-las. Sentiu um medo súbito e decidiu usar a linha com mais cuidado ainda do que antes. Lise dera-lhe outros filhos e ele parecia feliz como chefe da família que crescia. Seu modo imponente de ser fazia as pessoas pensarem que ele era algum tipo de déspota benevolente. Possuía um ar de autoridade como se tivesse nas mãos o destino de todos. Mantinha a bola mágica bem escondida, resguardada dos olhos curiosos dos filhos, sabendo que se alguém a descobrisse, seria fatal.
Cada vez tinha mais filhos, de modo que a casa foi ficando muito cheia de gente. Precisava ampliá-la, mas não contava com o dinheiro necessário para a obra. Tinha outras preocupações, também. A mãe estava ficando idosa e parecia mais cansada com o passar dos dias. Não adiantava puxar a linha da bola mágica, pois isto sé aceleraria a chegada da morte para ela. De repente, ela faleceu, e Pedro, parado diante do túmulo, pensou como a vida passara tão rápido, mesmo sem fazer uso da linha mágica.
Uma noite, deitado na cama, sem conseguir dormir, pensando nas suas preocupações, achou que a vida seria bem melhor se todos os filhos já estivessem crescidos e com carreiras encaminhadas. Deu um fortíssimo puxão na linha, e acordou no dia seguinte vendo que os filhos já não estavam mais em casa, pois tinham arranjado empregos em diferentes cantos do país, e que ele e a mulher estavam sós. Seu cabelo estava quase todo branco e doíam-lhe as costas e as pernas quando subia uma escada ou os braços quando levantava uma viga mais pesada. Lise também envelhecera, e estava quase sempre doente. Ele não agüentava vê-la sofrer, de tal forma que lançava mão da linha mágica cada vez mais freqüentemente. Mas bastava ser resolvido um problema, e já outro surgia em seu lugar. Pensou que talvez a vida melhorasse se ele se aposentasse. Assim, não teria que continuar subindo nos edifícios em obras, sujeito a lufadas de vento, e poderia cuidar de Lise sempre que ela adoecesse. O problema era a falta de dinheiro suficiente para sobreviver. Pegou a bola mágica, então, e ficou olhando. Para seu espanto viu que a linha não era mais prateada, mas cinza, e perdera o brilho. Decidiu ir para a floresta dar um passeio e pensar melhor em tudo aquilo.
Já fazia muito tempo que não ia àquela parte da floresta. Os pequenos arbustos haviam crescido, transformando-se em árvores frondosas, e foi difícil encontrar o caminho que costumava percorrer. Acabou chegando a um banco no meio de uma clareira. Sentou-se para descansar e caiu em sono leve. Foi despertado por uma voz que chamava-o pelo nome: "Pedro! Pedro!"
Abriu os olhos e viu a mulher que encontrara havia tantos anos e que lhe dera a bola prateada com a linha dourada mágica. Aparentava a mesma idade que tinha no dia em questão, exatamente igual. Ela sorriu para ele.
- E então, Pedro, sua vida foi boa? - perguntou.
- Não estou bem certo - disse ele. - Sua bola mágica é maravilhosa. Jamais tive que suportar qualquer sofrimento ou esperar por qualquer coisa em minha vida. Mas tudo foi tão rápido. Sinto como se não tivesse tido tempo de apreender tudo que se passou comigo; nem as coisas boas, nem as ruins. E agora falta tão pouco tempo! Não ouso mais puxar a linha, pois isto só anteciparia minha morte. Acho que seu presente não me trouxe sorte.
- Mas que falta de gratidão! - disse a mulher. - Como você gostaria que as coisas fossem diferentes?
- Talvez se você tivesse me dado uma outra bola, que eu pudesse puxar a linha para fora e para dentro também. Talvez, então, eu pudesse reviver as coisas ruins.
A mulher riu-se. - Está pedindo muito! Você acha que Deus nos permite viver nossas vidas mais de uma vez? Mas posso conceder-lhe um último desejo, seu tolo exigente.
- Qual? - perguntou ele.
- Escolha - disse ela. Pedro pensou bastante. Depois de um bom tempo, disse: - Eu gostaria de tornar a viver minha vida, como se fosse a primeira vez, mas sem sua bola mágica. Assim poderei experimentar as coisas ruins da mesma forma que as boas sem encurtar sua duração, e pelo menos minha vida não passará tão rápido e não perderá o sentido como um devaneio.
- Assim seja - disse a mulher. - Devolva-me a bola. Ela esticou a mão e Pedro entregou-lhe a bola prateada. Em seguida, ele se recostou e fechou os olhos, exausto.
Quando acordou, estava na cama. Sua jovem mãe se debruçava sobre ele, tentando acordá-lo carinhosamente.
- Acorde, Pedro. Não vá chegar atrasado na escola. Você estava dormindo como uma pedra!
Ele olhou para ela, surpreso e aliviado.
Tive um sonho horrível, mãe. Sonhei que estava velho e doente e que minha vida passara como num piscar de olhos sem que eu sequer tivesse algo para contar. Nem ao menos algumas lembranças.
A mãe riu-se e fez que não com a cabeça.
Isso nunca vai acontecer disse ela. As lembranças são algo que todos temos, mesmo quando velhos. Agora, ande logo, vá se vestir. A Lise está esperando por você, não deixe que se atrase por sua causa.
A caminho da escola em companhia da amiga, ele observou que estavam em pleno verão e que fazia uma linda manhã, uma daquelas em que era ótimo estar vivendo. Em poucos minutos, estariam encontrando os amigos e colegas, e mesmo a perspectiva de enfrentar algumas aulas não parecia tão ruim assim. Na verdade, ele mal podia esperar."
Do Livro: O LIVRO DAS VIRTUDES
William J. Bennett - Editora Nova Fronteira

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O FRASCO DE MAiONESE E CAFÉ

Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia não são suficientes...Lembre-se do frasco de maionese e do café.
Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num frasco de maionese e esvazia-o...tirou a maionese e encheu-o com bolas de golf.
A seguir perguntou aos alunos se o Frasco estava cheio. Os estudantes responderam sim.
Então o professor pega numa caixa cheia de pedrinhas e mete-as no frasco de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.
Então...o professor pegou noutra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de maionese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o frasco estava cheio.
Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime "Sim !".
De seguida o professor acrescentou 2 xícaras de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia.
Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:

'QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE FRASCO REPRESENTA
A VIDA'.
As bolas de golf são as coisas Importantes:
como a FAMÍLIA, a SAÚDE, os AMIGOS, tudo o que você AMA DE VERDADE.
São coisas, que mesmo que se perdessemos todo o resto, nossas vidas continuariam cheias.

As pedrinhas são as outras coisas
que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o demais,
as pequenas coisas.

'Se puséssemos 1º a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golf.
O mesmo acontece com a vida'.

Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.

Preste atenção às coisas que são cruciais para a sua Felicidade.

Brinque ensinando os seus filhos,
Arranje tempo para ir ao medico,
Namore e vá com a sua/seu namorado(a)/marido/mulher jantar fora,
Dedique algumas horas para uma boa conversa e diversão com seus amigos
Pratique o seu esporte ou hobbie favorito.

Haverá sempre tempo para trabalhar, limpar a casa, arrumar o carro...
Ocupe-se sempre das bolas de golf 1º, que representam as coisas que realmente importam na sua vida.

Estabeleça suas prioridades, o resto é só areia...

Porém, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representaria, então, o café.

O professor sorriu e disse:

"...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a nossa vida esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo. "
(autor desconhecido)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Xícara de Café

Um grupo de ex-alunos, todos muito bem estabelecidos profissionalmente, se reuniu para visitar um antigo professor da universidade.
Em pouco tempo, a conversa girava em torno de queixas de estresse no trabalho e na vida como um todo.
Ao oferecer café aos seus convidados, o professor foi à cozinha e retornou com um grande bule e uma variedade de xícaras - de porcelana, plástico, vidro, cristal; algumas simples, outras caras, outras requintadas; dizendo a todos para se servirem.
Quando todos os estudantes estavam de xícaras em punho, o professor disse:
- Se vocês repararem, pegaram todas as xícaras bonitas e caras, e deixaram as simples e baratas para trás.
Uma vez que não é nada anormal que vocês queiram o melhor para si, isto é a fonte dos seus problemas e estresse.
Vocês podem ter certeza de que a xícara em si não adiciona qualidade nenhuma ao café. Na maioria das vezes, são apenas mais caras e, algumas vezes, até ocultam o que estamos bebendo.
O que todos vocês realmente queriam era o café, não as xícaras, mas escolheram, conscientemente, as melhores xícaras... e então ficaram todos de olho nas xícaras uns dos outros.
Agora pensem nisso: A Vida é o café, e os empregos, dinheiro e posição social são as xícaras.
Elas são apenas ferramentas para sustentar e conter a Vida... e o tipo de xícara que temos não define, nem altera, a qualidade de Vida que vivemos.
As vezes, ao nos concentrarmos apenas na xícara, deixamos de saborear o café que Deus nos deu.
Deus côa o café, não as xícaras...
Saboreie seu café!
Viva intensamente a SUA vida...
Acreditar em DEUS vale a pena! (autor desconhecido)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

GAWAIN E LADY RAGNELL

Um dia, o rei Artur estava caçando um grande veado branco nas cercanias
do bosque de carvalhos quando ergueu os olhos e se viu confrontado por um chefe guerreiro alto e forte, brandindo a espada e dando a impressão de que ia abater o rei ali mesmo. Este homem era Groiner, que disse estar querendo vingar-se pela perda de parte de suas terras ao norte para Artur. Como Artur estava desarmado, Sir Gromer demonstrou compaixão e deu ao rei uma chance de salvar sua vida.
Gromer lançou um desafio: o rei tinha um ano para voltar desarmado àquele
lugar com a resposta para a pergunta: O que as mulheres desejam acima de tudo?
Se Artur respondesse à pergunta corretamente, sua vida seria poupada; caso
contrário, sua cabeça seria cortada.
Artur concordou, mas se sentiu muito desanimado. Aquela pergunta devia
ser um enigma, ele pensou. Ele sabia que ninguém saberia a resposta. De volta ao castelo, Artur contou toda a história a seu sobrinho, Sir Gawain, que era considerado o mais sábio, o mais corajoso, o mais misericordioso e o mais educado de todos os Cavaleiros da Távola Redonda. O jovem cavaleiro, ao contrário do rei, mostrou-se esperançoso. Ele e Artur tinham um ano para percorrer o reino e ele tinha certeza de que encontrariam a resposta certa.
Quase um ano se passou e Artur e Gawain reuniram muitas respostas, mas
nenhuma soava verdadeira. O dia marcado estava se aproximando, e numa manhã
Artur saiu cavalgando sozinho no meio das urzes roxas e dos tojos dourados,
totalmente absorto em seus problemas. Ao aproximar-se do bosque de carvalhos,viu-se subitamente diante de uma mulher grande e grotesca, coberta de verrugas e quase tão larga quanto alta.
Os olhos dela o contemplaram destemidamente e ela declarou:
— O senhor é Artur, o rei, e dentro de dois dias terá que se encontrar com
Sir Gromer com uma resposta para uma pergunta.
— É verdade — respondeu Artur hesitante —, mas como é que sabe disso?
— Eu sou Lady Ragnell e Sir Gromer é meu meio-irmão. O senhor não sabe
a resposta certa, sabe?
— Tenho muitas respostas, e não sei o que a senhora tem a ver com isto —
respondeu Artur, puxando as rédeas para se virar e voltar para casa.
— O senhor não sabe a resposta certa — disse Ragnell com uma confiança
que deixou Artur desanimado. — Eu tenho a resposta.
Artur virou-se e saltou do cavalo.
— Diga-me a resposta e eu lhe darei um saco cheio de ouro.
— Não preciso de seu ouro - respondeu Ragnell calmamente.
De.sejímòo ser — Bobagem, mulher, você poderá comprar o que quiser com ele! O que você quer, então? Jóias? Terras? O que quiser eu pagarei. Isto é, se você souber a resposta certa.
— Eu sei a resposta. Isto eu posso garantir — respondeu Ragnell. Após uma
pequena pausa, ela acrescentou: — Em troca, exijo que Sir Gawain se torne meu marido.
Artur abriu a boca de espanto.
— Impossível! — gritou. — Você pede o impossível, mulher. Eu não posso
dar-lhe o meu sobrinho. Ele é dono de si mesmo, não pertence a mim para que eu o dê.
— Eu não pedi ao senhor que me desse o cavaleiro Gawain. Se Gawain
concordar em se casar comigo por livre e espontânea vontade, então eu lhe direi a resposta. São estas as minhas condições.
— Condições! Que direito você tem de estabelecer condições para mimi É
impossível! Eu jamais poderia apresentar esta proposta para ele.
Ragnell ficou olhando calmamente para o rei e disse apenas:
— Se mudar de idéia, estarei aqui amanhã. — E desapareceu no bosque.
Abalado com aquele estranho encontro, Artur cavalgou lentamente de volta
para casa pensando consigo mesmo que jamais poderia falar daquele assunto com Gawain. Aquela mulher repugnante! Como ousava pedir para se casar com o
melhor dos cavaleiros! Mas o ar da tarde estava ameno e o encontro fatídico com
Gromer deixou Artur impressionado. Ao retornar ao castelo, Artur viu-se
contando ao sobrinho sobre sua aventura, e concluiu:
— Ela sabe a resposta, eu tenho certeza disso, mas eu não pretendia contar
nada a você.
Gawain sorriu docemente, sem saber ainda qual era a proposta de Ragnell.
— Mas esta é uma boa notícia, tio. Por que o senhor está tão desanimado?
Evitando encarar o sobrinho, o rei contou qual era a exigência de Ragnell,
junto com uma descrição detalhada de seu rosto grotesco, de sua pele cheia de verrugas e seu tamanho avantajado.
— Que bom que eu posso salvar a sua vida! — respondeu Gawain
imediatamente. Sem dar ouvidos aos protestos do tio, Gawain declarou: — É
minha escolha e minha decisão. Vou voltar lá com o senhor amanhã e concordar com o casamento, desde que a resposta dela salve a sua vida.
Bem cedo na manhã seguinte Gawain saiu a cavalo com Artur para
encontrar Lady Ragnell. Mesmo vendo-a cara a cara, Gawain manteve-se
inabalável em sua decisão. A proposta dela foi aceita e Gawain fez uma reverência graciosa para ela.
— Se amanhã a sua resposta salvar a vida do rei, nós nos casaremos.
Na manhã fatídica, Gawain cavalgou até metade do caminho com Artur,
que assegurou ao cavaleiro que iria tentar todas as outras respostas primeiro.
O guerreiro alto e forte estava esperando por Artur, com sua espada
brilhando ao sol. À medida que Artur ia recitando uma resposta depois da outra,Gromer gritava:
— Não! Não! Não! — até que finalmente ele ergueu a espada acima da
cabeça.
— Espere! — gritou o rei. — Eu tenho mais uma resposta. O que uma
mulher deseja acima de tudo é o poder de soberania, o direito de exercer o seu livre-arbítrio.
Com uma imprecação de raiva, Gromer jogou a espada no chão.
— Você não descobriu a resposta sozinho! Minha maldita meia-irmã foi
quem lhe contou! Vou decepar a cabeça dela. Vou atravessá-la com a minha
espada! — Virou-se e voltou para a floresta, deixando uma torrente de
imprecações atrás de si.
Artur voltou para o local onde Gawain esperava junto de Lady Ragnell. Os
três cavalgaram de volta para o castelo em silêncio. Só Ragnell parecia bemhumorada.
A notícia de que iria ocorrer um estranho casamento entre uma megera
horrorosa e o magnífico Gawain espalhou-se rapidamente pelo castelo. Ninguém
conseguia imaginar o que havia convencido Gawain a se casar com aquela criatura.
Alguns achavam que ela devia possuir grandes terras e propriedades. Outros
acreditavam que ela devia ter usado alguma magia secreta. A maioria estava
simplesmente estarrecida com o destino do pobre Gawain.
O rei Artur falou reservadamente com o sobrinho.
— Nós poderíamos propor um adiamento — disse ele.
— Dei a ela a minha palavra, tio. O senhor gostaria que eu quebrasse uma
promessa? — respondeu Gawain.
Assim, o casamento aconteceu na abadia, e a estranha festa de casamento
foi assistida por toda a corte. Durante todo aquele longo dia e aquela longa noite, Gawain permaneceu simpático e cortês. Não demonstrou nada além de uma atenção gentil para com a sua noiva.
Finalmente, o casal se retirou para os seus aposentos.
— Você se manteve fiel à sua promessa — observou Ragnell. —Você não
demonstrou nem piedade nem repulsa para comigo. Agora que estamos casados,
venha beijar-me.
Gawain se aproximou imediatamente dela e a beijou. Quando se afastou,
viu diante de si uma linda e serena mulher, de olhos cinzentos e rosto sorridente.
Seus cabelos se eriçaram com o choque, e ele deu um pulo para trás.
— Que espécie de feitiçaria é esta? Ragnell respondeu:
— Você me prefere assim? — lentamente deu uma volta em torno dele.
— É claro que sim, mas não compreendo — gaguejou Gawain, confuso e
assustado.
— Meu meio-irmão, Gromer, sempre me detestou. Ele aprendeu truques de
feitiçaria com a mãe dele e usou-os para me transformar numa megera horrorosa.
Ordenou que eu vivesse com este corpo até que o melhor cavaleiro da Bretanha me escolhesse como esposa.
— Mas por que ele a odiava tanto? - perguntou Gawain. Com um sorriso
nos lábios, Ragnell respondeu:
— Ele me achava atrevida e pouco feminina, porque eu me recusava a
aceitar as ordens dele, tanto em relação à minha propriedade quanto à minha
pessoa.
Com grande admiração, Gawain disse:
— Então você conseguiu o impossível e o feitiço dele foi quebrado!
— Só em parte, meu querido Gawain. — Ela o encarou com firmeza. —
Você pode escolher como eu vou ser. Você quer que eu fique assim, com o meu
próprio corpo, à noite em nosso quarto? Ou me quer grotesca à noite no nosso quarto e com o meu próprio corpo de dia no castelo? Bonita de dia ou bonita à noite, pense bem antes de responder.
Gawain ajoelhou-se diante da noiva e respondeu imediatamente.
— Esta é uma escolha que eu não posso fazer. Diz respeito a você, minha
querida Ragnell, e só você pode escolher. O que quer que você escolha, eu a
apoiarei.
Ragnell soltou um longo suspiro. A alegria em seu rosto deixou-o
encantado.
— Você respondeu bem, meu querido Gawain. Sua resposta quebrou
completamente o feitiço de Gromer. A última condição que ele impôs foi que,
depois do casamento, o maior dos cavaleiros da Bretanha, meu marido, deveria dar-me o poder do exercício da soberania, o direito de exercer o meu livrearbítrio.
Só então o terrível feitiço seria quebrado para sempre.
E assim, com muito encantamento e alegria, começou o casamento de Sir
Gawain e Lady Ragnell.

texto retirado do livro : MULHERES QUE CORREM COM LOBOS - CLARISSA PINKOLA ESTÉS

sábado, 2 de abril de 2011

A Lição da Borboleta


Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo e um homem sentou e observou a borboleta por várias horas enquanto ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais longe.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta, ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo, que iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu. Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados.
Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar...

(autor desconhecido)

MILHO DE PIPOCA

"Milho de pipoca que não passa pelo fogo Continua a ser milho para sempre."

Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem Quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo, fica do
Mesmo jeito a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma Dureza assombrosa.
Só que elas não percebem e acham que
Seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa Situação que nunca imaginamos: a dor.

Pode ser fogo de fora:
Perder um amor, perder um filho, o pai, a Mãe, perder o emprego ou ficar pobre.

Pode ser fogo de dentro:
Pânico, medo, ansiedade, depressão ou Sofrimento, cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio:
Apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento Diminui. Com isso, a possibilidade da Grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada Dentro da panela, lá dentro cada vez
Mais quente, pensa que sua hora chegou: Vai morrer. Dentro de sua casca dura, Fechada em si mesma, ela não pode Imaginar um destino diferente para si.

Não pode imaginar a transformação que Está sendo preparada para ela.
A Pipoca não imagina aquilo de que ela é Capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder
Do fogo a grande transformação acontece:
BUM!

E ela aparece como uma outra coisa Completamente diferente, algo que ela Mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o Milho de Pipoca que se recusa a estourar.

São como aquelas pessoas que, por mais Que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir
Coisa mais maravilhosa do que o jeito Delas serem.
A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura.
No entanto, o destino delas é triste, já
Que ficarão duras a vida Inteira.
Não vão se transformar na flor branca, Macia e nutritiva.
Não vão Dar alegria para ninguém.

(Extraído do livro: O Amor que Acende a Lua de Rubem Alves.)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Não Esqueça o Principal!

Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo, passando diante de uma caverna escutou uma voz misteriosa que de dentro lhe dizia: "Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal.
Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal...."
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, colocou a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente: "Você tem oito minutos."
Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou...
Lembrou-se, então que a criança ficara e a porta estava fechada para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, sempre.
O mesmo acontece, as vezes, conosco. Temos uns oitenta anos para viver, neste mundo, e uma voz sempre nos adverte: "Não se esqueça do principal!"
E o principal são os valores espirituais, Cristo no coração, a oração, a vigilância, a família, os amigos, a vida!
Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado...
Assim, esgotamos o nosso tempo aqui, e deixamos de lado o essencial: "Os tesouros da alma!"
Que jamais nos esqueçamos que a vida, neste mundo, passa rápido e que a morte chega de inesperado. E quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerá as lamentações.
Portanto, que jamais esqueçamos do principal!!!

(autor desconhecido)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Esperança


Conta-se a história de um homem que percebeu que estava lentamente perdendo a memória. Ele foi a um médico e, após um exame cuidadoso, este lhe disse que uma cirurgia no cérebro poderia reverter a situação e fazê-lo recuperar a memória.

- No entanto, - disse o médico - você precisa compreender que a cirurgia é muito delicada. Se um nervo for lesado, isso poderá resultar em cegueira total.

Um silêncio profundo encheu a sala.

- O que você prefere conservar - perguntou o cirurgião, tentando quebrar o incômodo silêncio -, a visão ou a sua memória?

O homem ponderou sobre suas alternativas por alguns momentos e então respondeu.
- A visão, porque eu prefiro ver para onde estou indo, a lembrar onde já estive.

Esse mesmo raciocínio é endossado pela pessoa que entende como a vida está passando rapidamente e que,para sobreviver e prosperar, ela precisa deixar o passado para trás. Você pode não esquecer o seu passado, mas não precisa viver nele.

O passado é um assunto morto e não podemos ganhar impulso para nos mover em direção ao amanhã se estivermos arrastando o passado atrás de nós. Por mais importante que seja o seu passado, ele não é tão importante quanto o caminho que você vê e prepara para o futuro.

Nossos esforços, portanto, devem se concentrar na tarefa de aguçar nossa visão e não salvar nossa memória.

Você consegue hoje lembrar-se do que fazia exatamente há um ano? Sobre o que você estava falando? Você estava zangado ou feliz, ansioso ou confiante? Pode ser que você guarde a vívida lembrança de algo dramático que tenha ocorrido. Para a maioria de nós, porém,o que nos preocupava naquele dia ficou nebuloso ou já desapareceu da nossa memória consciente.

Quando não temos esperança no futuro, continuamos obcecados com o passado e reféns do fatalismo, sem força para viver o dia de hoje.

O fatalismo é a atitude predominante na maioria das pessoas que vivem arrastando o passado. Ele é expresso em frases como: "Sempre foi assim, nada pode ser feito a respeito disso"; "Não se pode mudar o mundo"; "É preciso aceitar a realidade".

Mas preservar a visão é muito diferente do que cultivar uma memória fatalista. É seu extremo oposto, é esperança. Uma pesssoa com esperança está disposta a deixar que coisas novas aconteçam e assume responsabilidades que ultrapassam possibilidades jamais cogitadas.

Ter esperança não quer dizer evitar ou ser capaz de ignorar o passado de sofrimento. Na verdade, a esperança nasce no aprendizado com o passado.

O fundamento de nossa esperança é acreditar que algo melhor irá acontecer. É crer que hoje é o primeiro dia do restante de sua vida. (...) Você tem o dia de hoje, e é hoje que começa tudo que está para acontecer.

texto adaptado do livro Fênix.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Pedra da Felicidade

Nos tempos das fadas e bruxas, um moço achou em seu caminho uma pedra que emitia um brilho diferente de todas as que ele já conhecera. Impressionado, decidiu levá-la para casa. Era uma pedra do tamanho de um limão e pertencia a uma fada, que a perdera por aqueles caminhos, em seu passeio matinal. Era a Pedra da Felicidade. Possuía o poder de transformar desejos em realidade.
A fada, ao se dar conta de que havia perdido a pedra, consultou sua fonte de adivinhação e viu o que havia ocorrido. Avaliou o poder mágico da pedra e, como a pessoa que a havia encontrado era um jovem de família pobre e sofredora, concluiu que a pedra poderia ficar em seu poder, despreocupando-se quanto à sua recuperação. Decidiu ajudá-lo.
Apareceu ao moço em sonho e disse-lhe que a pedra tinha poderes para atender a três pedidos: um bem material, uma alegria e uma caridade. Mas que esses benefícios somente poderiam ser utilizados em favor de outras pessoas. Para atingir o intento, cabia-lhe pensar no pedido e apertar a pedra entre as mãos.
O moço acordou desapontado. Não gostou de saber que os poderes da pedra somente poderiam ser revertidos em proveito dos outros. Queria que fossem para ele. Tentou pedir alguma coisa para si, apertando a pedra entre as mãos, sem êxito. Assim, resolveu guardá-la, sem muito interesse em seu uso.
Os anos se passaram e este moço tornou-se bem velhinho. Certo dia, rememorando seu passado, concluiu que havia levado uma vida infeliz, com muitas dificuldades, privações e dissabores. Tivera poucos amigos, porém, reconhecia ter sido muito egoísta. Jamais quisera o bem para os outros.
Antes, desejava que todos sofressem tanto quanto ele. Reviu a pedra que guardara consigo durante quase toda sua existência. Lembrou-se do sonho e dos prováveis poderes da pedra. Decidiu usá-la, mesmo sendo em proveito dos outros.
Assim, realizou o desejo de uma jovem, disponibilizando-lhe um bem material. Proporcionou uma grande alegria a uma mãe revelando o paradeiro de uma filha há anos desaparecida e, por último, diante de um doente, condoeu-se de suas feridas, ofertando-lhe a cura.
Ao realizar o terceiro benefício, aconteceu o inesperado: a pedra transformou-se numa nuvem de fumaça e, em meio a esta nuvem, a fada, vista no sonho que tivera logo ao achar a pedra, surgiu dizendo:
"Usaste a Pedra da Felicidade. O que me pedires, para ti, eu farei. Antes, devias fazer o bem aos outros, para mereceres o atendimento de teu desejo. Por que demoraste tanto tempo para usá-la?"
O homem ficou muito triste ao entender o que se passara. Tivera em suas mãos, desde sua juventude, a oportunidade de construir uma vida plena de felicidade, mas, fechado em seu desamor, jamais pensara que fazendo o bem aos outros colheria o bem para si mesmo.
Lamentando o seu passado de dor e seu erro em desprezar os outros, pediu comovido e arrependido:
"Dá-me, tão somente, a felicidade de esquecer o meu passado egoísta."

Autor desconhecido

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Palhaço

Diz uma história que numa cidade apareceu um circo, e que entre seus artistas havia um palhaço com o poder de divertir, sem medida, todas as pessoas da platéia. O riso era tão bom, tão profundo e natural, que se tornou terapêutico. Todos os que padeciam de tristezas agudas ou crônicas eram indicados pelo médico do lugar para que assistissem ao tal artista que possuía o dom de eliminar as angústias. Um dia porém um morador desconhecido, tomado de profunda depressão, procurou o doutor.
O médico então, sem relutar, indicou o circo como o lugar de cura de todos os males daquela natureza, de abrandamento de todas as dores da alma, de iluminação de todos os cantos escuros do nosso jeito perdido de ser.
O homem nada disse, levantou-se, caminhou em direção à porta e quando já estava saindo, virou-se, olhou o médico nos olhos e sentenciou:
- Não posso procurar o circo... aí está o meu problema: eu sou o palhaço.

Autor: Nailor Marques Júnior

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Elefante Acorrentado

Você já observou o elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, o elefante permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisionava uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. Sem dúvida a estaca é só um pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa parece óbvio que esse animal, capaz de arrancar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancar a estaca e fugir.
Que mistério !
Por que não fugia?
Perguntei então a algum professor, sobre o mistério do elefante. Ele explicou que o elefante não escapava porque estava amestrado. Fiz então a pergunta óbvia:
- Se está amestrado, por que o prendem?
Não houve resposta!
Há alguns anos descobri que, por sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta:
- O elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido logo preso. Naquele momento, o elefantezinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de todo o esforço, não o pôde sair. A estaca era certamente muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino. Então, aquele elefante enorme não escapa porque acredita que não pode. Jamais, jamais voltou a colocar à prova sua força e isso acontece com a gente! Vivemos crendo que um montão de coisas "não podemos". Simplesmente porque, quando éramos crianças, algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos", que isso ficou gravado na memória.
De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma: "Não posso e nunca poderei!". A única maneira de tentar de novo é colocando muita coragem em nosso coração!
Tente e veja o que você poderá fazer e conseguir!